terça-feira, 8 de abril de 2008

Resumo de Literatura - Capítulo 14 (A vanguarda européia)


Capítulo original: 13 páginas.

Observação: recomenda-se estudar pelo livro e usar o resumo APENAS para revisão.

Introdução

No início do século XX, o clima eufórico da burguesia contrasta com o pessimismo vindo do excesso dessa euforia (que acabou causando a primeira guerra mundial), gerando um clima propício para a efervescência artística.

Na Europa, surgiram vários tendências preocupadas com uma nova interpretação da realidade. A essa diversidade de tendências, convencionou-se chamar de Vanguarda Européia, termo empregado para designar aqueles que estavam à frente de seu tempo e que, não satisfeitos com o que era produzido na época, buscavam novas formas de expressão artística, tanto na linguagem como na composição.

O Futurismo

O primeiro manifesto do movimento (publicado em 20 de fevereiro de 1909, por Felippo Tommaso Marinetti) apresentava como pontos fundamentais a exaltação da vida moderna, da máquina, da eletricidade, do automóvel, da velocidade e uma inevitável ruptura com os modelos do passado. Trecho da obra abaixo.



“ – Nós queremos demolir os museus, as bibliotecas, combater o moralismo, o
feminismo e todas as covardias oportunistas e utilitárias.”


Houve total identificação entre Marinetti e Futurismo (chegando a serem consideradas palavras sinônimas). Marinetti, por sua vez, aderiu ao fascismo de Mussolini, a partir de 1919. Quando Oswald de Andrade chamou Mário de Andrade de “meu poeta futurista”, este negou veementemente com medo da assimilação ao fascismo.


Em 1912, surge o Manifesto Técnico da Literatura Futurista, propondo “a destruição da sintaxe, dispondo os substantivos ao acaso, com nascem”, o uso de símbolos matemáticos e musicais e o menosprezo pelo adjetivo, pelo advérbio e pela pontuação.


O Expressionismo


Surgiu na Alemanha em 1910, preocupado com as manifestações do mundo interior e com uma forma de expressá-las, ou seja, é importante a materialização de imagens nascidas em nosso mundo interior, pouco importando os conceitos então vigentes de belo e feio. Os expressionistas são mais afetados pelo sofrimento humano do que pelo triunfo.


Por essas características, o expressionismo se desenvolveu mais na pintura. Porém, a partir de 1933 (com a ascensão de Hitler na Alemanha), houve um declínio do expressionismo, já que se buscava uma arte “pura”, “limpa”, que retratasse a “superioridade” germânica.


Anita Malfatti retornou da Alemanha maravilhada e em 1917, sua segunda exposição desencadeou uma série de reações e acabou sendo o fato gerador da mostra de arte moderna que se concretizaria em 1922. Já na literatura brasileira, o expressionismo surge pouco. É recorrente apenas na poesia de Augusto dos Anjos.


O Cubismo


Nascido a partir das experiências de Pablo Picasso e de Georges Braque, desenvolveu-se inicialmente na pintura, valorizando as formas geométricas (cones, esferas, cilindros, etc.). A proposta cubista centrava-se na liberdade eu o artista deveria ter para decompor e recompor a realidade a partir de seus elementos geométricos.


Já a literatura cubista valoriza a proposta da vanguarda européia de aproximar ao máximo as várias manifestações artísticas (pintura, música, literatura, escultura), preocupando-se com a construção do texto e ressaltando a importância dos espaços em branco e em preto da folha de papel e da impressão tipográfica. No Brasil, Oswald de Andrade seria influenciado por essa característica.


O dadaísmo


Nascido na Suíça por um grupo de refugiados, o dadaísmo é o mais radical movimento da vanguarda européia. Negando o passado, o presente e o futuro, é a total falta de perspectiva diante da guerra; daí ser contra as teorias, as ordenações lógicas, pouco se importando com o leitor.


Importante era criar palavras pela sonoridade, quebrando as barreiras do significado; importante era o grito, o urro contra o capitalismo burguês e o mundo em guerra. Tristan Tara, em 1918 em seu manifesto dadaísta, afirma:



“Eu escrevo um manifesto e não quero nada, eu digo portanto certas coisas e sou
por princípio contra os manifestos, como sou também contra os princípios.”

O Surrealismo


Lançado em Paris, em 1924, por André Breton, o surrealismo é um movimento de vanguarda iniciado no período entre guerras. Suas origens estão mais próximas do Expressionismo e da sondagem do mundo interior, em busca do homem primitivo, da liberação do inconsciente, da valorização do sonho.


O mais extravagante dos surrealistas é Salvador Dali, em que a influência de Freud é marcante. Sexo, memória, sono e sonho são temas recorrentes em suas obras. O surrealismo, porém, sofreu uma ruptura interna quando Breton faz opção pela arte revolucionária, dividindo os surrealistas em ‘surrealistas comunistas’ e ‘surrealistas não-comunistas’.

Feito por Victor Costa.

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