terça-feira, 8 de abril de 2008

Resumo de Literatura - Capítulo 15 (O pré-modernismo)


Capítulo original: 22 páginas.


Introdução


As duas primeiras décadas do século XX representam, para o Brasil, um período de transição entre o que era o passado e o que seria chamado de moderno. O pré-modernismo não constitui uma “escola literária” (não temos um grupo de autores seguindo o mesmo ideário), é mais um termo genérico que designa a produção literária de alguns autores que, não sendo ainda modernos, já promovem rupturas com o passado.


Momento histórico


Durante a “República do café-com-leite”, a prosperidade em alguns setores (grandes levas de imigrantes no país, esplendor da Amazônia, urbanização de São Paulo, etc.) contrastou ainda mais com a realidade brasileira (Revolta dos Canudos, rebelião popular no Rio de Janeiro, conflitos com Padre Cícero, etc.). Essas agitações eram sintomas da na “República café-com-leite”, que se tornaria mais evidente na década de 1920, servindo de cenário ideal para os questionamentos da Semana de Arte Moderna.


Características


Alguns pontos em comum às obras pré-modernistas:


- Ruptura com o passado, com o academicismo – Uso de palavras não-poéticas por
Augusto dos Anjos (cuspe, vômito, etc.), ironia de Lima Barreto tanto aos
escritores importantes que utilizam uma linguagem mais pomposa quanto aos
leitores que se deixavam impressionar.

- Denúncia da realidade
brasileira – o Brasil não-oficial do sertão nordestino, dos interiores e da
periferia toma lugar do Brasil literário do Romantismo e do Parnasianismo.

- Regionalismo – Monta-se um vasto painel brasileiro: o Norte e Nordeste
com Euclides da Cunha; o Vale do Paraíba e o interior paulista com Monteiro
Lobato; o Espírito Santo com Graça Aranha; o subúrbio carioca com Lima Barreto.

- Tipos humanos marginalizados – O sertanejo nordestino, o caipira, os
funcionários públicos, os mulatos.

- Ligação com fatos políticos,
econômicos e sociais contemporâneos – Diminui a distância entre realidade e a
ficção.


Produção literária

Euclides da Cunha


Embora apresente uma visão de mundo profundamente determinista, cientista e naturalista, Euclides deve ser estudado como um pré-modernista pela denúncia que faz da realidade brasileira, trazendo à luz, pela primeira vez em nossas letras, as verdadeiras condições de vida do Nordeste brasileiro.


Em sua obra Os sertões, Euclides mostra o contraste entre o Brasil “que vive à beira do Atlântico” e aquele outro Brasil dos “extraordinários patrícios” do sertão nordestino. Primeiramente, quando apenas recebia informações filtradas no Rio de Janeiro, o autor chegou a considerar Canudos um foco monarquista, mas ao pisar em solo baiano, compreender o drama de Canudos em toda a sua extensão.


Os sertões é dividido em três partes:



- A terra – Detalhada descrição da região.

- O homem – Elaborado trabalho sobre a etnologia brasileira, a gênese
dos mestiços, uma brilhante análise de tipos distintos.

- A luta – Só nessa terceira parte da obra Euclides relata o conflito.


Augusto dos Anjos


Nasceu na Paraíba, passando durante a vida pelos estados de Pernambuco e Rio de Janeiro, falecendo aos 30 anos em Minas Gerais.


Sua obra é a soma de todas as tendências e “-ismos”, embora apresente traços do Expressionismo alemão sem que, no entanto, ele tenha conhecido a teoria dessa tendência de vanguarda. Alcançou uma popularidade além do imaginável, mesmo com sua poesia formalmente trabalhada, e ao mesmo tempo, marcada por uma “vulgaridade” incrível, talvez pelo fato de seu pessimismo diante do novo século e do que ele poderia trazer (como a Primeira Guerra Mundial, por exemplo). A morte é um tema constante em sua obra.


O soneto Psicologia de um vencido retrata bem essa sua visão de mundo, assim como usa bastantes imagens e palavras antipoéticas, rompendo os limites estéticos do belo e do feio, numa postura típica dos melhores expressionistas.


Lima Barreto


Embora não tenha sido valorizado na época em que viveu (nasceu em 1881, no Rio de Janeiro, sendo durante sua vida mestiço, pobre e socialista, com um pai louco. Morreu horas antes do pai, em 1922, o qual cuidou durante boa parte da vida) – recebendo críticas violentas por sua “falta de estilo” – sua obra foi reavaliada e hoje é colocada em lugar de destaque em nossas letras. Um romance como Triste fim de Policarpo Quaresma deve ser colocado ao lado de obras primas de Machado de Assis e Graciliano Ramos, por exemplo.


É considerado pré-modernista por sua visão da realidade, sendo consciente de nossos problemas e criticando o nacionalismo utópico herdado do Romantismo. Seu estilo é leve e fluente, aproximando-se da linguagem jornalística, estilo criticado pelos parnasianos da época. Também critica a educação recebida pelas mulheres e a república.


Há também traços biográficos em seus romances, aparecendo personagens negros e mestiços que sofrem preconceito, por exemplo. Além de romancista, nos apresentou um retrato perfeito dos subúrbios cariocas com cronista.


Graça Aranha


É um autor cuja importância se deve a uma única obra, Canaã, romance que retrata a vida numa colônia e imigrantes europeus no Espírito Santo. Tudo gira em torno de dois personagens que têm diferentes visões do mundo. Enquanto Milkau acredita na humanidade e pensa em encontrar a terra prometida (Canaã) no Brasil, Lentz não se adapta à realidade brasileira, voltando-se para a superioridade germânica e para a lei do mais forte.


Monteiro Lobato


O regionalismo e a denúncia da realidade brasileira são as características fundamentais que fazem de Monteiro Lobato um pré-modernista. Apesar disso, Lobato assumiu posições antimodernistas, criticando o trabalho de Anita Malfatti durante a Semana de Arte Moderna. Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Di Cavalcanti se reuniram em favor da artista, espantados com o “conservadorismo” de Lobato.


Sua popularidade e prestígio aumentam com seus artigos de imprensa a partir de 1915. Já a partir de 1921, assume a função de editor; de 1930 em diante volta-se para possíveis soluções econômicas para o Brasil, relacionadas à exploração de nossos recursos naturais.


Como regionalista, os costumes e gentes do Vale do Paraíba são bem retratados (como exemplo, Jeca Tatu). O preconceito racial também é abordado em Negrinha, onde senhoras gordas, num falso gesto de bondade, “adotavam” menininhas negras para escravizá-las em trabalhos caseiros.


Feito por Victor Costa.

3 comentários:

Unknown disse...

Viiiictor tu nao tem noção de como isso vai ajudar mó glr! ;DD
Achei show a idéia do blogger, com os resumos e taal! ;]

Roberta Costa

Unknown disse...

caraamba, víctor, tu é demais ó. :D
salvou minha vida!

Madalena ShiNoda [LP] disse...

[b]vx salvou minha v ida tbm

esse trabalho e pra hoje ainda

e tá muito xoooooooooooommmmmmm
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